Domingo, 19 de maio de
2013:
O tão esperado dia da entrevista.
Meu pai me levou até o Hotel Address, local
onde todos das palestras de São Paulo fomos entrevistados.
Claro que, antes, teve um momento-tensão!
Meu pai perguntou o endereço, pra colocar no
GPS:
Rua Amauri, 513, pai. Fica próximo à Brigadeiro Faria Lima.
Acontece que o GPS simplesmente não encontrava
a Rua!
Enquanto eu me arrumava, meu pai conseguiu
fazer o GPS encontrar o local, colocando o nome do hotel, porque pelo endereço
não estava indo MESMO!
Pra melhorar, meu pai clicou na opção errada.
Eu percebi porque o hotel deveria ser do outro lado da cidade, com relação à
minha casa, e no gps dizia que em dez minutos chegaríamos ao nosso
destino.
Saímos de casa, esqueci de ligar o 3G.
Quando lembrei do whatsapp, liguei a internet e
li que a Taiza já tinha chegado.
Demos o carro na mão do manobrista antes das
10h00 (lembrando que minha entrevista ocorreria às 11h00).
Encontrei a Tats, o Jean chegou uns dois
minutos depois de mim e, um pouquinho mais tarde, chegou a Buzi.
Ficamos sentados numa recepçãozinha do térreo,
conversando.
O Jean pensava em algumas possíveis
respostas.
Eu não conseguia fazer o mesmo. Por algum
motivo desconhecido, eu não conseguia me focar na entrevista que estava por vir.
Conversava sobre tudo mesmo, mas simplesmente não dava pra pensar em possíveis
perguntas/respostas.
Mas tudo bem, cada um é de um jeito. E eu já
tinha me preparado bem, tinha lido em vários blogs as perguntas que eles
costumavam fazer e tinha pensado em possíveis respostas desde que conheci melhor
o programa.
Isso é importante, sabe. Porque às vezes você
dá uma resposta, ai depois de cinco minutos, você pensa em algo genial que você
poderia ter dito, só que aí já é tarde demais.
Também pode acontecer de você não saber palavas
para determinadas situações e, pensando nas respostas com antecedência, você
pode procurar. Por exemplo, eu faço direito e meu vocabulário de inglês-jurídico
estava MUITO pobre. Eu não sabia falar sequer "petição inicial" ou contornar a
situação pra substituir a palavra, já que é algo muito específico.
Bom, tome cuidado. Pensar em respostas e
treinar em voz alta não quer dizer "decore suas respostas". Decorar é a pior
fria da vida, porque você vai parecer um robô falando e, se der branco, meu
amigo, ferrou! Você vai se prender ao seu texto planejado, que sumiu da sua
mente, e vai dar uma travada que poderia ser facilmente evitada.
O ideal é deixar as respostas saírem
naturalmente, mas já conhecendo pontos que você deseja abordar.
10h27, vamos subir?
Subimos a escada que dava ao local do check in
das palestras eeeeeee....................
ESTAVA LOTADO! E barulhento! E cheio de pais,
irmãos e mais gente que não ia ser entrevistado. Nessa hora, desejei que todos
fossem que nem meu pai, que ficou quietinho esperando na recepção no térreo. O
lugar já não era imenso e com candidatos + não-candidatos, ficou super
barulhento, quente e apertado, mal dava para circular.
Havia uma fila de pessoas que esperavam para
entregar seus documentos aos funcionários do STB, que estavam sentados em uma
mesa. Perguntamos o horário da senha deles. Aqui é o pessoal das
10h15.
Tivemos que esperar muuuuito, até uma moça do
STB dizer: Mais alguém das 10h45? Não? Então 11h00, podem formar
fila.
Entreguei minha pastinha com CV, Letter of
Intent, Termos e Condições do ICP 2013, Páginas de Dados do Passaporte, Senha,
Foto 5x7. A moça do check in me fez umas perguntinhas e me entregou 3 folhas, sendo que uma
delas eu tinha que preencher pra entregar já na entrevista (na segunda tinha a
data do resultado, 21 de junho, com o procedimento para conferi-lo; e na
terceira tinha como fazer para entregar os demais documentos, como o proof e até
quando).
Enquanto eu preenchia, dizendo que não tinha
piercing, tatuagens e estava ciente do Disney Look, antes mesmo de eu assinar,
ouvi chamarem a Taiza!
GENTE, A TAIZA ENTREGOU OS DOCUMENTOS NA MESMA
HORA QUE EU! COMO ASSIM? JÁ TINHA CHEGADO A HORA????
Continuei preenchendo e em menos de dez
segundos pós minha assinatura, JULIANA MARQUESI FEDERICO.
Era eu! Respirei fundo, levantei, sorri pra
moça e dei bom dia. E fomos andando em direção à sala. Sem ela chamar mais
ninguém. COMO ASSIM EU IA FAZER A ENTREVISTA SOZINHA???? No final do saguão,
entrando no corredor das salas, ela chamou CAROLINA ASSIS.
Era a Buzi.
Eu não queria fazer minha entrevista com a Buzi
(sinceridades), porque nós duas temos o perfil muito parecido e meu receio era a
entrevistadora fazer perguntas pra nós, e a segunda que recebia a pergunta ter
que repetir a mesma argumentação da primeira que respondeu. Isso seria
prejudicial a nós.
Mas era isso! Era eu e a Buzi! Na parceria.
Pensei: Temos o perfil parecido? Sim, então vamos reverter isso a nosso
favor.
Entrei na sala com o pé direito. Me sentei de
frente para a entrevistadora e a Buzi se sentou à minha esquerda. A
entrevistadora olhou pra mim e perguntou se eu era a Carolina e eu disse que a
Buzi era a Carolina. Ela deu bom dia, se apresentou e começou as perguntas que
foram exatamente:
-Então, Carolina, você já esteve na Disney?
-E você, Juliana?
-Carolina, o que você acharia de viver com
desconhecidos?
-Juliana, como você contribuiria para a
empresa Disney?
-Carolina, me fala um pouco da sua
personalidade.
-Juliana, o que você acharia de trabalhar
todos os dias, inclusive durante as festas de fim de ano?
-Por que merchandise, Carolina?
-E você, Juliana, por que merchandise?
(merchan era a nossa primeira opção)
-Carolina, vende pra Juliana alguma coisa
dessa sala.
-Agora você, Juliana, vende para a
Carolina.
-Me fala das suas experiências de trabalho,
Carolina.
-E você, Juliana, me fala das
suas.
E, em tese, foi isso. Foi tudo perguntado e
respondido de forma natural, como uma conversa mesmo.
Eu e a Buzi interagimos MUITO (a ponto de a
moça perguntar se a gente já se conhecia).
Ela soltou vários Excellent! depois das
minhas respostas (não reparei na reação dela quanto às da Buzi, eu tava
nervosa), se surpreendeu com a quantidade de idiomas que eu falava (e eu
aproveitei a oportunidade pra dizer que não quero parar por aí, que sou uma
pessoa comunicativa e gosto de aprender tudo que me ajude a interagir com as
pessoas) e falou duas coisas que me deixaram MUITO confiante:
-Hope to see you in Orlando
-Se todos que eu entrevistasse fossem que nem
vocês, seria ótimo! (em português, com um sorriso imenso).
ACONTECE QUE descobri que essa simpatia fofona
é direcionada a grande parte dos candidatos, então não significa que tenha
grandes chances de passar :( MAS também não quer dizer que não vou passar
haha
Quando eu e a Buzi saímos da sala, a gente
estava muito contente mesmo! A gente se abraçou e demos uns pulinhos bobos, mas
felizes. A gente tinha passado pela entrevista tão importante e esperada por
nós. E, aparentemente, fomos muito bem!
No final das contas, depois que parei para
pensar no meu desempenho, cheguei às seguintes conclusões:
1. Meu inglês não me sabotou (por incrível que
pareça. eu estava tremendo na cadeira, mas meu inglês saiu bonitinho!), eu fui
super simpática e interagi muito com a minha parceira. PORÉM, podia ter dito
mais algumas coisas em algumas respostas. Mas, em geral, acho que fui
bem.
2. A única coisa que eu odiei em mim foi a parte
de vender o produto, porque aconteceu aquilo que eu temia: a Buzi arrasou,
usando a mesma argumentação que eu tinha em mente, que, na minha opinião, é a
melhor e mais convincente da vida. Ai quando a moça pediu pra eu vender, também,
e eu falei, mas pareceu muito que eu estava copiando a Buzi. Quando ela falou,
foi original, foi brilhante! Quando eu falei, saiu parecido, ai eu parei de usar
a argumentação que eu tinha em mente e ficou uma caca.
Mas espero de todo coração que todo o resto
tenha sido levado em conta e que eu seja aprovada no dia 21 de junho, data que
está demorando um século para chegar.
Dicas:
1) Não se assuste se sua entrevista durar 5 ou
30 minutos, nem se fizerem 3 ou 10 perguntas. Isso não quer dizer nada. O
entrevistador faz quantas perguntas ele julgar necessário para saber se você TEM
a cara do programa ou se você NÃO tem. Ele pode descobrir isso em uma pergunta,
ou vinte. Em cinco minutos, ou trinta. Por isso não encane com esse tipo de
coisa.
2) Esteja preparado para responder de tudo!
Tudo mesmo! As entrevistas foram bem diferentes, de pessoa para pessoa. Algumas
tinham perguntas mais complexas que outras, algumas tiveram situações para você
resolver e outras não. Se você tem algum amigo que fez a entrevista antes de
você, não pense que necessariamente suas perguntas vão ser iguais às dele. A
variedade foi bem grande mesmo, chegaram a perguntar até "o que é american way
of life pra você?" pra um amigo meu.
3) Travou o inglês? Não faz mal,
sinceramente.
É aquela história: o "não" você já tem, lute
pelo sim!
Se travar, dê seu máximo para destravar e expor
tudo o que você tem a dizer. Se você não disser o que tem em mente, o
entrevistador não saberá o que você pensa.
E reverter travadas de idioma é super legal,
ninguém vai te eliminar se você travou mas deu a volta por cima. Então, se
acontecer, respira fundo e comece de novo.
O lance é: se você travar e desistir, você não
vai passar. Se você se arriscar e começar de novo, mesmo que saia esquisito, já
é muito melhor do que ficar calado.
4) Não fique acanhado se sua dupla de entrevista for muito qualificada, falar super bem etc. Lembre-se que eles não estão escolhendo apenas um de vocês dois. Ambos podem passar. Eu notei muita gente que saiu da entrevista se achando um lixo, porque 'o outro candidato era isso, isso e aquilo e eu não tinha nada'. Poxa, legal para o candidato. Dê o seu melhor e provavelmente ambos serão aprovados!
5) Não minta nem tenha medo.
Ninguém espera que você seja uma pessoa perfeita e super experiente, contanto
que você tenha vontade de participar e de dar seu melhor.